18/07/15

Deixa...




Trabalho é o que te espera,
pois que cultivar e gerar é a tua herança.
Deixar que a terra germine a semente,
permitir às entranhas que gerem um filho
que leve teu sangue para além de ti.
Pois dita a lei que perpetues a espécie.
Mas não ouses crer
que o filho de ti gerado
caminhará à sombra de teus passos.
É preciso que lhe soltes as amarras
para que navegue seu próprio mar,
para que lavre sua própria terra,
algures, longe
do teu protector regaço.
É preciso
que seu coração conheça as lágrimas
e seus olhos
alcancem vistas por ti desconhecidas,
que seus gritos
ecoem em altos montes,
que seus pés trilhem
por caminhos ainda não percorridos.
Não te lamentes.
Deixa que corra;
deixa que ame;
deixa que sofra;
deixa que erga castelos
que outros venham a destruir.
A glória não nasce em casa fechada.
Que se abram as portas e portões,
que se aponte ao horizonte.
Que se ouse perder
para ganhar.
É tempo de ver partir.




34 comentários:

chica disse...

Que beleza de poema Carmem! Um lindo fds! bjs, chica

manuela barroso disse...

Carmen, quanta intensidade e densidade do poema!
Pois que se desengane que os filhos lhes pertencem como ouvia antes...
Largar as amarras e deixá-los ganhar o seu espaço, alcançar suas metas, é preciso.
Uma poesia envolta em certa nostalgia, mas com um Amor Incondicional: ama-se apesar do sofrimento emocional.
Belissimo
beijinho

AC disse...

A partida deixa sempre marcas, mas há que renovar os ciclos.
Bem escrito, Carmen!

Um beijinho :)

Eliene de castro bittencourt disse...

Pois é Carmen, não muito distante vivi a dor do deixar ir, para vê-lo navegar no seu próprio mar...arar sua própria terra...voar com suas próprias asas. Os filhos não são nossos, são do mundo. Temos o privilegio de tê-los conosco por algum tempo, mas o próprio tempo se encarrega de leva-los para distante do nossos olhos, mas não do coração. Amei muito a poesia pela sua realidade do momento, pois sempre tem alguém partindo... e é sempre tempo de partir.Para você tudo de bom e um carinho sempre novo. Abraços.

Sinval Santos da Silveira disse...

Oi, Carmem Grinheiro !
É muito bom enxergar os teus sentimentos,
através deste belo poema !
Parabéns, e um carinhoso abraço.
Sinval.

Pérola disse...

Semear, cultivar, desapegar, tudo faz parte da existência.

Beijinhos

Existe Sempre Um Lugar disse...

Bom dia, "a glória não nasce em casa fechada" seu belo poema é revelador do seu conhecimento e do seu bom sentimento que impõe em cada uma das palavras do mesmo.
Bom fim de semana,
AG

O meu pensamento viaja disse...

Sei bem que assim é, mas como é doloroso cortar as amarras!
Aos poucos há que deixar que ganhem autonomia, mas quisera eu que as dores deles fossem minhas!
O poema é belíssimo e com uma mensagem pedagógica.
Beijo

Bandys disse...

Ola Carmem,

Um poema belo, intenso e verdadeiro.

Amar é compreender sempre. E isso não significa apenas entendimento racional, vai além, muito além: Amar é reconhecer afetuosamente o direito que o outro tem de fazer suas escolhas — mesmo que essas escolhas eventualmente me excluam.

Uma semana cheio de luz e paz.
beijos

Lourdinha Vilela disse...

Poema divino, como é divino o amor de quem gera dentro de si um filho, que protege, sofre e vive por ele, mas como é difícil soltar as amarras sem querer partir junto, ou ter a certeza de que no coração de quem parte para viver a própria vida sobrará uma pontinha sequer ao menos de saudade. Muito bonito e perfeito. bjs

Manuel Veiga disse...

belo e sensível poema.

lamento meu atraso na leitura...

beijo

Manuel disse...

Que belo poema e que magnífica mensagem.Parabens cara amiga, os seus poemas são intensos.

cris disse...


Belo poema, Carmem!

Filhos são dádivas que Deus nos dá, com prazo de validade para serem devolvidos ao mundo.

Abraços e obrigada pela visita.

Maria Rodrigues disse...

Maravilhoso poema.
O importante é saber viver.
Beijinhos
Maria

Graça Pires disse...

Belíssimo poema, Carmem. São assim as mães:sempre prontas para dar todo o amor, de todas as formas, por toda a vida. Apesar de tudo, apesar de nada...

Suzete Brainer disse...

Olá Carmem,

Belo e tocante poema, rico de sabedoria...
Viver a vida é o grande aprendizado, esse deixar
é libertar com amor, cada um tem que navegar
o seu próprio mar...
Apreciei muito!!
Uma semana luminosa!
Bjos.

Marisa Giglio disse...

Carmem , seu poema é o espelho do amor incondicional que envolve a mulher que gerou um filho . Sabe-se que ele é para o mundo embora deseje-se , muitas vezes , adiar a separação .
Agradeço a partilha .
Beijos e ótima semana .

lis disse...

É sempre com o coração partido que os deixamos ir_ semeamos e deixamos que eles floresçam.
Poema cheio de sabedoria Carmem.
Que saibamos vive-lo.
um doce abraço

SOL da Esteva disse...

No Amor esse "deixa"(r) de liberdade é compartilhado no benefício comum da harmonia e felicidade.
Fortes laços!...


Beijos



SOL

Arco-Íris de Frida disse...

Que poema lindo e forte...palavras verdadeiras...

Beijos, Carmen...

As Mulheres 4estacoes disse...

Lindo poema, escrito com sensibilidade.
Nem sempre é fácil praticar o desapego e deixa-los partir.

Regina Magnabosco disse...

Seu poema consegue provocar a dor do difícil e necessário desprendimento. Muito bom!

Diana Fonseca disse...

É sempre tempo de seguir em frente.

Rui Pires - Olhar d'Ouro disse...

Bonito e interessante blog!
Bom fim de semana!

ALUISIO CAVALCANTE JR disse...

Querida amiga Carmem

Os poemas inundados de verdades,
são preciosos.
Parecem que foram escritos por nós,
tamanha a sua semelhança
com os sentimentos que nos abraçam...

Um belo texto.

Que estrelas brilhem em tuas noites.

MARILENE disse...

Belos e sábios versos. Ninguém pode ser amarrado pelo sentimento, principalmente os filhos. Têm seu próprio caminho e precisam apenas ser preparados para as quedas, sabendo que sempre terão braços abertos a sua espera, quando desejarem conforto, consolo e força. Bjs.

Fê blue bird disse...

Amiga Carmem :

Nem imagina como o seu poema me tocou. Tenho a minha filha à dois anos longe de mim e senti e sinto tudo que o seu poema tão bem refere.
Demora tempo a aceitar e a deixar eles partirem...

Um beijinho comovido

Magia da Inês disse...


Esse poema é muito expressivo e ao mesmo tempo cheio de ternura.
Os sentimentos vindos do fundo da alma escorrem pelos versos!...
"É tempo de partir, é tempo de sofrer!..."

Boa semana!!!
Beijinhos.ჱه° ·.
❤˚° ·.

Teté M. Jorge disse...

Um sentir de grande intensidade... preciosos versos...

Beijo.

© Piedade Araújo Sol (Pity) disse...

muito bem escrito, mas magoa ver partir...

:(

Vera Lúcia disse...


Belíssimo, Carmem.
Os filhos são feitos para o mundo. Eles têm estradas próprias a seguir e muitos aprendizados a adquirir fora do manto protetor dos pais. É difícil deixar partir, mas é a lei da natureza. Tentar retê-los é cortar-lhe as asas, impedindo-os de realizarem as próprias conquistas, de crescerem e evoluírem.

Feliz semana.

Beijo.

Ana Freire disse...

Pura emoção, verdade e intensidade, em cada palavra...
Um dos poemas mais bonitos que li sobre o tema, sempre tão precioso, que são os filhos!
Magnífico trabalho, Carmem! Muitos parabéns!
Beijinhos! Até breve!
Ana

Odete Ferreira disse...

Para produzir algo de belo, além do tempo, é preciso ser doador...
Lindo, Carmen!
Bjo :)

Evanir disse...

Com o tempo começamos a sentir saudades de todos amigos ,
que passaram em nossas vidas muitos ainda permanece.
Outros de repente partiram deixando seus blogs sem
dizer um até breve .
Outros tiraram do ar aquele ponto de encontro de tantos
anos de uma linda amizade ,
deixando somente a saudade em nossos corações.
Estou dando uma volta num passado não muito distante
espero que goste dessa fase de recordar é viver ,
feliz daquele que tem algo de bom para recordar.
Uma abençoada semana que Deus lhe abençoe sempre
e sempre.
Beijos no coração.
Evanir.